A língua e a história estão entrelaçadas na construção da identidade, e a história do inglês não seria diferente.
A história de uma língua, suas mudanças ao longo do tempo e seu uso no decorrer do tempo moldam a identidade de toda a sua comunidade de falantes.
Neste texto, você conhecerá um pouco da história da língua inglesa, uma dose de cultura para compartilhar com os amigos e, claro, mais uma ferramenta para compreender a sociedade.
Come on!
As “fases” do inglês
A história do inglês é dividida em cinco períodos, relacionados aos acontecimentos históricos que coexistiram com o avanço da língua:
- Inglês Antigo (c. 450 e 1150): também chamado de anglo-saxão, era a língua falada pelos anglo-saxões após a invasão da Grã-Bretanha por tribos germânicas. Essa fase é marcada por influências do latim, nórdico antigo e celta.
- Inglês Médio (c. 1150-1500): período em que o inglês sofreu influência do francês, trazido para a Inglaterra após a conquista normanda em 1066.
- Inglês Moderno Inicial (c. 1500-1700): Essa fase é marcada por uma simplificação da língua em comparação com o médio inglês, com várias reformas linguísticas.
- Inglês Moderno (c. 1700-1900): Durante este período, a língua inglesa continuou evoluindo e se espalhou com força pelo mundo devido ao império britânico.
- Inglês Contemporâneo (c. 1900 até o presente): Esta fase abrange a língua inglesa moderna como a conhecemos hoje. Novas tecnologias, globalização e migração continuaram a enriquecer o inglês com empréstimos de outras línguas e novos desenvolvimentos gramaticais.
O inglês antigo
A história do inglês antigo é uma narrativa rica e complexa que começa com as invasões dos anglo-saxões na Grã-Bretanha, motivadas por diversas razões, por volta do século V.
Eles trouxeram consigo línguas germânicas, que serviram como alicerce para o inglês antigo. Essa língua inicial incorporou elementos do latim devido à presença romana na Grã-Bretanha, enriquecendo seu vocabulário com palavras emprestadas.
Além disso, o contato com os vikings introduziu influências do nórdico antigo, resultando em uma fusão linguística única.
O inglês antigo foi documentado em textos como o épico “Beowulf”, uma obra que mistura elementos épicos, incluindo batalhas contra monstros, dragões e a busca por glória e honra.
À medida que as comunidades anglo-saxãs se estabeleceram e interagiram com outras culturas, o inglês antigo evoluiu gradualmente para o inglês médio, marcando o início de sua trajetória histórica.
A Invasão normanda e o Inglês médio
A invasão normanda foi a conquista da Inglaterra em 1066 pelo duque normando Guilherme, o Conquistador.
Após a sua vitória na Batalha de Hastings, o francês normando tornou-se a língua da elite e da corte na Inglaterra, enquanto o inglês antigo persistia entre o povo comum.
Esse choque linguístico e social marcou o início do inglês médio, uma fase em que o inglês incorporou uma quantidade significativa de vocabulário e influências do francês normando.
Durante esse período, a língua inglesa evoluiu, tornando-se mais rica e sofisticada.
Com o tempo, o inglês médio se tornou uma língua de grande vitalidade, desempenhando um papel fundamental na cultura e na literatura. O período é conhecido por obras como “Os Contos de Canterbury” de Geoffrey Chaucer.
A Idade de Chaucer na história do inglês
A Idade de Chaucer foi um período marcante na literatura inglesa durante o final do século XIV, em um período que alguns especialistas nomeiam como “inglês medieval”.
Geoffrey Chaucer é frequentemente chamado de “Pai da Poesia Inglesa”, e sua obra mais famosa é “Os Contos de Canterbury”.
Essa é uma coletânea de histórias em que um grupo de peregrinos narra contos variados enquanto viaja para o Santuário de Thomas Becket em Canterbury, Inglaterra. A obra é uma rica representação da sociedade medieval e apresenta uma ampla gama de personagens e narrativas.
Chaucer escreveu em inglês médio, contribuindo para a consolidação e padronização da língua, ajudando a moldar o que eventualmente se tornaria o inglês moderno.
A padronização do inglês moderno
A padronização do inglês moderno foi um processo que ocorreu ao longo dos séculos XV e XVI.
Durante esse período, o inglês passou por várias mudanças linguísticas significativas, influenciadas por fatores como o Renascimento e a invenção da imprensa.
O Renascimento desencadeou uma explosão de atividades literárias, culturais e científicas, desempenhando um papel crucial na história do inglês. Autores, acadêmicos e pensadores começaram a explorar mais profundamente o potencial da língua inglesa, buscando refiná-la e elevar seu status!
A invenção da imprensa por Gutenberg permitiu a produção em massa de livros e panfletos, tornando a escrita mais acessível ao público em geral. Isso incentivou a uniformização da ortografia e da gramática, pois as obras podiam ser replicadas com maior precisão.
O resultado foi uma maior coerência e estabilidade na língua, contribuindo para a formação do inglês moderno.
William Shakespeare
William Shakespeare, o renomado dramaturgo e poeta, deixou um legado duradouro na história do inglês moderno.
Suas obras literárias, amplamente aclamadas, também contribuíram significativamente para o desenvolvimento e padronização da língua.
Sua popularidade e uso consistente da língua contribuíram para a aceitação generalizada de muitos dos termos e frases que empregava, ajudando a solidificar a linguagem usada na literatura e na comunicação cotidiana da época.
Acredita-se que Shakespeare tenha contribuído com mais de 1.500 palavras e expressões para a língua inglesa!
Seu uso criativo e inovador da linguagem ampliou o vocabulário e contribuiu para o estabelecimento de padrões gramaticais e semânticos, exercendo uma influência profunda e duradoura na forma como o inglês é falado e escrito.
A Colonização Britânica na história do inglês
A colonização britânica desempenhou um papel extremamente relevante na história do inglês, que posteriormente seria levado a todos os cantos do globo.
À medida que os britânicos expandiram seu império, a língua inglesa “viajou” com eles.
A colonização estabeleceu o inglês como a língua oficial em muitas regiões, e a língua se adaptou, absorvendo influências locais (como ocorreu ao longo de toda a história do inglês) e contribuindo para a diversidade de dialetos e sotaques.
A colonização britânica na América do Norte resultou no desenvolvimento do inglês americano, com características distintas em vocabulário, pronúncia e gramática.
Esse fenômeno ilustra como a história do inglês é uma narrativa de evolução constante, influenciada por fatores geográficos, culturais e políticos.
O presente
A história do inglês é também uma história de adaptação e transformação, resultando em uma língua que continua a evoluir em resposta aos contextos e desafios contemporâneos.
Hoje, o inglês é uma língua global, com inúmeras variantes, moldadas pela história da colonização britânica e pela diversidade cultural.
Impulsionado pela influência cultural, tecnológica e econômica dos Estados Unidos e do Reino Unido, o inglês é amplamente adotado como língua franca em negócios, diplomacia, ciência, tecnologia e entretenimento em todo o mundo.
A crescente interconexão global via internet e mídias sociais também desempenha um papel fundamental na disseminação do inglês contemporâneo.
Além disso, o inglês é uma língua dinâmica que continua a evoluir constantemente, absorvendo novas palavras e influências de várias fontes, devido à globalização.
O resultado é uma língua em constante transformação, refletindo o ambiente multilíngue e multicultural do mundo contemporâneo, e a história do inglês continua a se desdobrar diante de nossos olhos.
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